Questões relativas à contabilidade simplificada

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Questões relativas à contabilidade simplificada

« em: Março 29, 2018, 05:17:56 pm »

Boa tarde a todos,

Sou ENI há cerca de 1 ano, com uma atividade no setor da restauração / hotelaria, e quando iniciei foi-me sugerido pelo contabilista que optasse pela contabilidade organizada, e tem sido assim desde então. Mas, como esta pessoa me inspira pouca confiança e estou a ter com ela uma despesa trimestral de 240€ (já agora, o que acham em relação a este valor? Caro, barato?), estou a pensar em mudar de regime e passar à contabilidade simplificada onde poderei ser eu a tratar de tudo.

Fiz a minha pesquisa, e o meu negócio está longe de gerar 200.000 anuais e sei que tenho que informar as finanças desta mudança de regime até ao fim desde mês de março. Em relação ao IVA, até os 10.000 talvez eu consiga evitar, mas este assunto deixo para depois.

Pergunto: sendo autónomo neste regime, basta-me, anualmente, declarar no anexo B do IRS os meus rendimentos brutos, correto? Alguma coisa que me esteja a escapar ao emaranhado de burocracias inerentes ao assunto? Por favor, elucidem-me das responsabilida des que começaria a ter se começasse a tratar disto autonomamente.

Cumprimentos a todos e obrigado!

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PedroAlmeida

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Re: Questões relativas à contabilidade simplificada

« Responder #1 em: Março 29, 2018, 07:34:58 pm »

Na contabilidade organizada o rendimento tributável é obtido através da fórmula "Rendimentos - Gastos", enquanto no regime simplificado é obtido através da aplicação de um coeficiente (que neste caso penso que seria de 15% - venda de mercadorias e produtos) aos rendimentos obtidos.

Assim sendo, com base nos resultados obtidos nos últimos anos através da contabilidade organizada, poderá efetuar a comparação entre esse regime de tributação e o regime simplificado.

Para isso, basta multiplicar o valor das vendas de cada um dos anos pelo coeficiente e, se o resultado for superior ao resultado líquido apurado na contabilidade, não teria compensado o regime simplificado nos anos anteriores. Com base nesta informação histórica poderá mais ou menos prever, caso o nível de atividade da Empresa se mantenha mais ou menos constante (rendimentos e gastos), qual a melhor opção a tomar.

De resto, não existem muitas mais diferenças, ou quase nenhumas, ao nível da tributação. O caso mudaria de figura se estivesse a pensar criar uma Empresa e deixar de ser ENI claro...

Quanto ao IVA, independenteme nte do volume de negócios, apesar de poder ser na mesma isento caso as vendas anuais não ultrapassem os 10.000 Euros, não me parece que compense optar pela isenção, pois da mesma maneira que não liquida IVA nas vendas, também não o poderá deduzir nas compras. À partida, os preços seriam mais altos para manter o mesmo nível de resultados.

Por último, não faço ideia quanto aos honorários praticados, mas dependem to "trabalho" que dá a atividade e da zona em que é exercida a atividade. Ainda assim, 240 Euros parece muito.

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Re: Questões relativas à contabilidade simplificada

« Responder #2 em: Março 30, 2018, 07:52:43 pm »

É um negócio pequeno e sazonal, pelo que o simples facto de poder dispensar o contabilista e poupar 80e mensais já seria razão suficiente para o fazer.

Atualmente o contabilista envia-me mensalmente o processamento de ordenados de um funcionário que tenho juntamente com o valor de SS a liquidar. Como poderei fazer isto sozinho, caso opte por dispensá-lo?

Obrigado novamente

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Riginho

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Re: Questões relativas à contabilidade simplificada

« Responder #3 em: Abril 02, 2018, 07:11:50 pm »

Boa tarde. Na minha opinião, como profissional, acho que antes de fazer o que quer que seja deve falar com o seu contabilista e colocar-lhe todas essas questões.
Com a mudança para o regime simplificado agora o lucro tributável não é unicamente apurado com base na presunção, ou seja, com base no coeficiente de 15%. O OE 2018 introduziu alterações por forma a que sejam admissíveis deduções relacionadas com despesas efctivamente incorridas, quer através das compras quer nos custos com pessoal.
Como sabe, o nosso sistema fiscal é volátil, e toda a legislação demasiado efémera, pelo que nunca deve descartar o acompanhamento de um profissional acreditado.
Repare, até em algo tão simples como é um processamento salarial, que no seu caso facilmente se processa numa folha de cálculo, o Sr. tem dificuldades!
Como se costuma dizer, "cada macaco no seu galho", se o Sr é profissional na restauração, entende-se que queira mitigar alguns gastos, mas dentro do que for possivel, estabeleça um diálogo com o seu contabilista, coloque as cartas na mesa, equacionem essa transição para o regime simplificado e a redução da avença, mas não dispense este acompanhamento nem faça, o que me parece ser o caso, que é agir nas costas da pessoa a quem confiou esta assessoria.

Espero ter ajudado ou pelo menos, tê-lo feito reflectir.

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