Boa tarde colegas,
Sem querer influenciá-los na vossa decisão de pedir recurso, apresento uma análise para um possível pedido de recurso.
Questão 34:
Resposta da OTOC: 1.125€
O enunciado do exame dá-nos a seguinte informação: “Sabendo que a empresa reparte os gastos de produção principais em função do valor de venda relativo no ponto de separação e mensura o subproduto pelo critério do lucro lucro…”
Pelo critério do valor de venda da produção reportado ao ponto de separação, os custos conjuntos repartem-se pelos produtos proporcionalme
nte ao seu valor de venda ao ponto de separação. Se houver operações específicas do produto para além do ponto de separação, devemos deduzir o seu valor ao preço de venda.
Quando o critério de valorização dos subprodutos utilizado for o do lucro nulo, ou seja, quando o subproduto tem um valor comercial, os subprodutos não proporcionam qualquer resultado, o valor de venda, depois de deduzido dos custos com a venda, é subtraído aos custos conjuntos, assim os produtos principais têm um custo inferior.
De acordo com o §14 da NCRF 18 do SNC, “a maior parte dos subprodutos, pela sua natureza, são imateriais. Quando seja este o caso, eles são muitas vezes mensurados pelo valor realizável líquido e este valor é deduzido do custo do produto principal. Como consequência, a quantia escriturada do produto principal não é materialmente diferente do seu custo”.
O §6 da mesma norma define o valor realizável líquido como sendo “o preço de venda estimado no decurso ordinário da actividade empresarial menos os custos estimados de acabamento e os custos estimados necessários para efectuar a venda”.
Então, neste caso:
Valor de venda do subproduto sêmeas: 100€*25 ton = 2.500€
Despesas de transporte do subproduto: 50€*25 ton = 1.250€
V.R.L. do subproduto sêmeas = 2.500 – 1.250 = 1.250€
Para o apuramento do custo industrial dos produtos conjuntos existem duas fases principais na fabricação dos produtos.
A
fase da produção conjunta, verifica-se
até ao ponto de separação dos produtos, ocasionando gastos que denominados por custos conjuntos e as
fases seguintes, em que os semi-produtos obtidos no ponto de separação são acabados, em regime de produção disjunta, originando os chamados
custos específicos.
Qualquer custo (industrial e não industrial) em que se incorra após o ponto de separação designa-se por Custo Específico ou Custo Separável e é identificado com os produtos que são obtidos a partir do ponto de separação.Custo Específico ou Custo Separável são todos os custos incorridos além do ponto de separação, tais como custos de produção, despesas de marketing, distribuição e outros que podem ser atribuíveis a cada um dos produtos. No ponto de separação, ou além dele, as decisões relacionadas à produção e à venda de cada produto podem ser feitas independenteme nte dos demais produtos.Convém referir que um custo conjunto é necessariament
e um custo comum. Todavia, um custo comum pode não ser um custo conjunto.
Assim,
Venda subproduto sêmeas: 100€*25 ton = 2.500€
Despesas de transporte subproduto: 50€*25 ton = 1.250€
V.R.L. do subproduto sêmeas = 2.500 – 1.250 = 1.250€
Custos conjuntos a repartir = 361.250 – 1.250€ = 360.000€
V.Vendas potencial T1 = 1.500€*200 ton = 300.000€
-C.Específicos T1(transporte) = 50€*200 ton = 10.000€V.Vendas potencial T2 = 2€*100 000Kg = 200.000€
-C.Específico T2 = 50€*100 ton = 5.000€ (transporte) + 21.000€ (empacotamento)
VVRPS T1 = 300.000€ - 10.000€ = 290.000€
VVRPS T2 = 200.000€ - 5.000€ - 21.000€ = 174.000€
Total VVRPS = 464.000€
V.Relativo das vendas T1 = 290.000€/464.000€ = 0,625
C.Conjunto à imputar a T1 = 360.000€*0,625 = 225.000€
Para a determinação dos custos industriais unitários dos produtos principais utilizando o critério acima descrito, após a imputação dos custos conjuntos a cada um dos produtos,
determinamos o CIPA (custo global, a soma dos custos específicos com os custos conjuntos imputados) e dividimos pelas quantidades produzidas de cada produto.
Ou seja,
Custo unitário de T1 = 225.000€ + 10.000€ (C. específico T1) / 200 Ton. = 1.175€
No meu entendimento a melhor resposta deverá ser 1.175€
Bibliografia- FRANCO, Victor Seabra et al, Temas de Contabilidade de Gestão “Os custos, os Resultados e a Informação para a Gestão”, Livros Horizonte, 3.ª edição, Lisboa, 2010
Ver: Páginas 77 a 79
- CAIADO, António C. Pires, Contabilidade Analítica e de Gestão, Áreas Editora, 6.ª edição, Lisboa, 2011
Ver: Capítulo V, exercício 5.10, páginas 201 a 204, resolução páginas 701 a 705
Espero que esta análise ajude
Boa sorte!
Fátima Mendes